Como aprender o que NÃO estudar

Não há nada pior no mundo dos acadêmicos do que ir mal em um teste para o qual você se sentiu muito confiante, e depois perceber que você tinha seriamente calculado mal sua compreensão do material.

Nova pesquisa publicada na Psychological Science sugere que a melhor maneira de evitar superestimar suas habilidades é refletir sobre o que você aprendeu no passado ao invés de tentar adivinhar sua performance no futuro.

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Mais pesquisas podem ser necessárias antes que estes resultados sejam “dignos de prova”, mas o co-autor Alison Robey, um estudante de PhD na Universidade de Maryland, diz que fazer juízos de confiança retrospectivos (RCJ) de aprendizagem pode ajudar os alunos a identificar o que eles não precisam estudar.

Em dois estudos, Robey e co-autores mediram a capacidade dos alunos para julgar sua própria aprendizagem, tendo um total de 346 participantes memorizando conjuntos de pares de palavras.

Os participantes foram convidados a recordar a metade que faltava de um par alvo dentro de cada conjunto antes de ser atribuído a uma das três condições metacognitivas. Aqueles no grupo RCJ avaliaram o quão confiantes se sentiam sobre cada resposta, aqueles no grupo de julgamento de aprendizagem (JOL) avaliaram o quanto provavelmente eles iriam lembrar do par no futuro, e aqueles na condição de não-julgamento simplesmente selecionaram um número aleatório.

Neste ponto, à todos os participantes foi perguntado se eles gostariam de reestudar os pares, embora não fosse realmente dada a oportunidade de fazê-lo antes de serem convidados a recordá-los novamente.

Enquanto a recordação daqueles no grupo RCJ não foi visivelmente melhor do que a do outro grupo, Robey e os co-autores notam que os alunos RCJ eram “esmagadoramente” melhores em julgar ser ou não necessário reestudar um par. Isto sugere que uma abordagem RCJ ao estudar pode ajudar os alunos a gastar menos tempo revendo o que eles já aprenderam, escreveram os autores.

“É importante para os alunos avaliar seus conhecimentos na tomada de decisões de reestudo, e este trabalho precoce sugere que o estado atual do conhecimento é o aspecto mais importante”, diz Robey.

Estes resultados levantam duas questões importantes sobre hábitos de estudo eficazes. Por um lado, Robey diz, a pesquisa futura pode se concentrar em reestudar ou não o material depois de fazer juízos de confiança retrospectivos (RCJ). Estudo adicional também é necessário para determinar se esta técnica se estende a materiais didácticos mais complexos.


Referências

Robey, A. M., Dougherty, M. R., & Buttaccio, D. R. (2017). Making retrospective confidence judgments improves learners’ ability to decide what not to study. Psychological Science, 28, 1683-1693. doi:10.1177/0956797617718800

Fonte: APS

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