Curar o medo de aranhas em 2 minutos? É possível!

Curar aracnofobia em 2 minutos! Pesquisadores acreditam ser possível

Mulher com roupa de homem aranha
Oi

Se só de pensar na presença de uma aranha na mesma sala que você faz sua pele arrepiar, e você pensa numa maneira de evitar o confronto com os animais de oito patas, você é um entre a grande parte de seres humanos que têm aracnofobia. Mas de acordo com um novo estudo, esse medo de aranhas poderia ser erradicado em apenas 2 minutos com uma dose única de um beta-bloqueador utilizado – e a exposição aos próprios bichos assustadores.

Os pesquisadores descobriram que o propranolol – um beta-bloqueador usado para tratar pressão alta, dor no peito e outras doenças do coração, e que foi previamente encontrado por ter efeitos amnésicos – reduziu significativamente o comportamento temeroso em participantes com aracnofobia, depois de uma breve exposição a uma tarântula.

Marieke Soeter e Merel Kindt, do Departamento de Psicologia Clínica da Universidade de Amsterdã, na Holanda, dizem que suas descobertas – publicadas na revista Biological Psychiatry – sugerem uma nova estratégia de tratamento para as pessoas com aracnofobia e outros  transtornos de ansiedade.

A nova abordagem de tratamento baseia-se em uma teoria conhecida como memória de “reconsolidação”, descoberta pelo neurocientista Dr. Joseph LeDoux e sua equipe cerca de 15 anos atrás.

Reconsolidação é a ideia de que as memórias podem ser modificadas após a ativação, a fim de alterar o seu impacto psicológico – uma estratégia que tem sido aclamada por seu potencial para tratar o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), modificando as memórias de medo por indução.

De acordo com Soeter e Kindt, a modificação de memórias de fobias só foi comprovada de forma credível em estudos com animais e entre os indivíduos saudáveis. Agora, a equipe mostrou a viabilidade de reconsolidação de memória entre pessoas com medo de aranhas.

“Intervenção revolucionária poderia fornecer perda duradoura de fobias’

Para chegar a suas conclusões, os investigadores registraram 45 indivíduos com aracnofobia que foram expostos a uma tarântula por 2 minutos – que induziram o medo de aranhas real.

Após a exposição à aranha, os participantes foram distribuídos aleatoriamente para receber uma dose única de 40 mg de propranolol ou um placebo.

Em comparação com indivíduos que receberam o placebo, aqueles que receberam propranolol demonstraram uma redução significativa no comportamento de fuga e um aumento no comportamento de abordagem com aranhas. Este efeito manteve-se durante 1 ano após o estudo.

Com base nestes resultados, a equipe sugere que ativação da memória combinada com propranolol poderia oferecer uma estratégia mais eficaz de tratamento de fobias.

“Aqui nós mostramos pela primeira vez que uma droga amnésica dada em conjunto com a reativação da memória pode fazer o comportamento de evitação ser transformado e possibilitar abordagem em pessoas com um medo de aranha da vida real. O novo tratamento é mais parecido com cirurgia do que a terapia,” diz o Dr. Kindt, acrescentando:

“Atualmente os pacientes com transtornos de ansiedade e TEPT recebem várias sessões de terapia cognitivo-comportamental (TCC) ou ingestão diária de remédios com um declínio gradual (e muitas vezes temporário) de sintomas. A intervenção revolucionária da proposta envolve uma única intervenção breve, que leva a uma perda súbita, substancial e duradoura do medo “.

Enquanto os pesquisadores admitem que mais estudos são necessários a fim de testar a sua estratégia em um maior número de pessoas com fobias mais graves, eles acreditam que seus resultados atuais mostram a promessa de “uma nova onda de tratamentos que farmacologicamente tem como alvo a plasticidade sináptica subjacente a aprendizagem e memória.”

Embora aranhas possa provocar medo em muitos de nós, um estudo publicado pelo Medical News Today no início deste ano sugere que elas poderiam oferecer alguma utilidade para a saúde humana. Pesquisadores da Austrália identificaram compostos em veneno de tarântula que poderiam ajudar a tratar a dor crônica.

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