Psicoterapia é um tratamento para síndrome do intestino irritável tão bom quanto remédios.
Mas você sabe qual tipo de psicoterapia é o melhor?
Em todo o mundo, cerca de 1 adulto em cada 10 sofre de uma condição dolorosa e por vezes debilitante chamada síndrome do intestino irritável, ou SII.
Estudos anteriores descobriram que, em média, a psicoterapia é tão eficaz quanto remédios na redução da gravidade dos sintomas desta doença gastrointestinal e o tipo de psicoterapia não parecia importar.
Agora, psicólogos da Universidade de Vanderbilt examinaram diferentes tipos de psicoterapia para determinar qual é o melhor para melhorar a capacidade dos pacientes com SII para participar das atividades diárias. Eles descobriram que a chamada terapia cognitivo-comportamental foi a mais eficaz.
“Avaliar afunção diária é importante porque distingue entre alguém que experimenta sintomas físicos, mas pode se envolver totalmente no trabalho, escola e atividades sociais e alguém que não pode”, disse Kelsey Laird, estudante de doutorado no programa de psicologia clínica da Vanderbilt.
Laird é a principal autora do estudo “Eficácia comparativa de terapias psicológicas para melhorar a saúde mental e funcionamento diário na síndrome do intestino irritável: uma revisão sistemática e meta-análise“, publicado online pela Clinical Psychology Review em 18 de novembro.
Os autores analisaram 31 estudos, que forneceram dados de mais de 1.700 indivíduos que foram designados aleatoriamente para receber psicoterapia ou uma condição de controle, tais como grupos de apoio, educação ou lista de espera.
Em geral, aqueles que receberam a psicoterapia apresentaram maiores ganhos no funcionamento diário em comparação com aqueles atribuídos a uma condição de controle. No entanto, os indivíduos designados para receber a terapia cognitivo-comportamental (TCC) como tratamento para síndrome do intestino irritável apresentaram melhoras maiores do que aqueles que receberam outros tipos de terapia.
TCC é um termo genérico para um número de diferentes terapias, cada uma das quais é baseada na ideia de que os pensamentos, sentimentos, fisiologia e comportamento são inter-relacionados. Os tratamentos são projetados para ajudar as pessoas a desenvolver formas alternativas de pensar e de se comportar com o objetivo de reduzir o sofrimento psicológico e excitação fisiológica.
Os autores especulam que a maior melhoria observada em pacientes que receberam TCC pode ser devida ao fato de que os tratamentos frequentemente incorporam “exposição”, uma técnica em que os indivíduos gradualmente se expõem a situações desconfortáveis. Para alguém com SII, isso pode incluir longas viagens rodoviárias, comer em restaurantes e ir a lugares onde os banheiros não são facilmente acessíveis.
“Encorajar os indivíduos a enfrentar gradualmente tais situações podem aumentar sua capacidade de participar em uma ampla gama de atividades”, disse Laird. “Mas são necessárias mais pesquisas antes que possamos dizer por que a terapia cognitivo-comportamental parece mais eficaz para tratar a síndrome do intestino irritável em comparação com outros tipos de terapia.”
Traduzido e adaptado a partir do artigo original do Psypost.
