O estudo sugere uma técnica comportamental conhecida como “extinção graduada” – que envolve deixar um bebê chorar até que caia no sono – pode levar a um sono mais longo para a criança e seus pais.Co-autor do estudo, Michael Gradisar, Ph.D., professor associado da Faculdade de Psicologia da Universidade Flinders, na Austrália, e seus colegas recentemente publicaram suas descobertas na revista Pediatrics .
Os resultados do estudo podem vir como uma surpresa para os pais, que são suscetíveis de se acostumarem a acordar do sono em resposta aos gritos persistentes do seu filhotes.
“É natural que os pais se preocupem em cuidar dos seus bebês quando choram na hora de dormir”, diz Gradisar.
“Enquanto está bem documentado que a privação do sono pode causar sofrimento familiar, incluindo depressão materna, nós estamos esperando que esses resultados possam adicionar outro elemento à forma como os pais vêem seus respostas e ao modo de gerir o seu próprio comportamento em relação ao sono de seus bebês.”
Extinção graduada e atraso da hora de dormir
Os pesquisadores realizaram um estudo controlado randomizado, que envolveu 43 crianças com idades entre 6-16 meses e seus pais. Todas as crianças tinham enfrentando problemas de sono noturno em torno da idade de 6 meses.
Os pais de 14 das crianças eram obrigadas a utilizar o método de extinção graduada para 12 meses.
Também conhecido como o “método de Ferber”, esta técnica envolve ignorar os gritos de uma criança, verificando apenas em momentos específicos com intervalos crescentes. A ideia é ensinar a criança a aceitar que ninguém vai vir em seu auxílio quando ela chora, o que irá reduzir seu choro e melhorar o seu sono.
Os pais de 14 das crianças usaram uma técnica “suave” chamada “atraso” durante 12 meses. Isso envolve gradualmente atrasar a hora de dormir de uma criança a cada noite. A ideia é que isso vai fazer uma criança mais propensa a adormecer.
Os pais das restantes 14 crianças agiram como controles e não usaram qualquer uma das intervenções de comportamento do sono.
Sono menos perturbadoro com extinção graduada
Os pesquisadores descobriram que as crianças de pais que usaram a técnica de extinção graduada adormeceram uma média de 13 minutos mais cedo a cada noite do que aquelas no grupo de controle, e acordaram com menos frequência durante a noite.
Na avaliação dos níveis de cortisol – o “estresse hormonal” – a partir de amostras de saliva de crianças, a equipe descobriu que não houve diferenças significativas nos níveis de estresse entre os grupos.
Também não houve diferenças significativas entre os grupos para o estresse parental e humor.
Os autores observam que muitos pais continuam preocupados com uso da técnica de extinção, mas o estudo mostrou que o método não é prejudicial; eles não encontraram diferenças significativas entre os grupos para apego mãe-filho ou problemas emocionais e comportamentais infantis.
Os bebês de pais que usaram a técnica de atraso adormeceram uma média de 10 minutos mais cedo a cada noite, em comparação com o grupo controle. No entanto, não foram identificadas diferenças no número de vezes que acordaram durante a noite.
Gradisar e seus colegas dizem que suas descobertas sugerem que a extinção graduada e atraso da hora de dormir podem ser benéficas para as crianças e seus pais, embora mais estudos sejam necessários para confirmar os resultados.
Para os pais que ainda têm preocupações sobre o uso da extinção graduada, eles recomendam tentar atraso da hora de dormir em primeiro lugar.
“Esperamos que os pais de crianças de 6-16 meses possam se tornar mais conscientes de que o atraso da hora de dormir ajuda os bebês a adormecer no início da noite. Pode não resolver despertares durante a noite, por isso, se uma criança está acordando várias vezes por noite, então há agora mais algumas evidências de que se a extinção graduada é uma técnica que pode não ser prejudicial ao seu filho “.
Michael Gradisar
Por Honor Whiteman Referências
Behavioral interventions for infant sleep problems: A randomized controlled trial, Michael Gradisar et al.,Pediatrics, published 24 May 2016, abstract.
American Academy of Pediatrics news release, accessed 25 May 2016.
Flinders University news release, accessed 25 May 2016.
Additional source: Parenting Science, The Ferber method: An evidence-based guide to “cry it out” sleep training, accessed 25 May 2016.
