Epicurismo : prazer é o sentido da vida


epiEpicurismo
é um sistema filosófico, que prega a procura dos prazeres moderados para atingir um estado de tranquilidade e de libertação do medo. Criado por Epicuro de Samos no seculo IV a.C, o pensamento filosófico afirma que o sentido da vida é o prazer, que por sua vez seria o objetivo imediato de cada ação humana.

Segundo Epicuro, as pessoas não podem viver de forma agradável se não forem prudentes, gentis com os outros e justas em suas atitudes e pensamentos. As virtudes então devem ser praticadas como garantia de prazer.

A noção de prazer, no epicurismo, no entanto, é diferente do significado do termo utilizado convencionalmente. Não se trata de uma busca desenfreada pela fruição do momento presente, como era para outro grego, Aristipo de Cirene (435-366 a.C.), conhecido por pregar o hedonismo. O prazer do epicurismo é calmo e sereno. Os epcuristas devem procurar evitar a dor e as perturbações, levar uma vida longe das multidões (o que não significa viver solitário), do luxos excessivos e buscar viver em harmonia com a natureza. O homem sábio perceberá que não pode extirpar os males do mundo, por mais exaustivos e sagazes que sejam seus esforços, por isso devem “cultivar seu jardim”, estudar filosofia e gozar da convivência de seus poucos amigos, do mesmo temperamento.

Epicuro condena a renovação a qualquer preço e a ânsia pela mudança, pregando uma espécie de prazer tranquilo. Para vivenciar esse prazer, é fundamental evitar a dor. Diferentemente da postura desapegada em relação ao passado e ao futuro, característica dos seguidores do estoicismo – corrente filosófica contemporânea e rival à de Epicuro –, os epicuristas afirmavam que, para amenizar momentos dolorosos, nada como se lembrar de alegrias passadas ou criar expectativas felizes em relação ao futuro. O próprio Epicuro sofria dores constantes, em virtude de uma grave doença que o acompanhou em grande parte da vida.

Outro valor defendido pelo epicurismo e seus defensores é a amizade. A amizade traz uma grande felicidade para as pessoas, já que a convivência pode ocasionar uma troca saudável de pensamentos e opiniões enriquecedoras.

O papel da filosofia, para Epicuro, é cuidar da saúde da alma. O discípulo Diógenes de Oenoanda resumiu a sabedoria do mestre em quatro princípios de cunho bem prático: 1) Os deuses não devem ser temidos; 2) A morte não deve amedrontar; 3) O bem é fácil de ser obtido; 4) E o mal, fácil de suportar.

Em razão da questão do não temor aos deuses, Epicuro foi acusado por alguns de ateu. Porém, ele acreditava na existência dos deuses, mas sustentava que estes eram indiferentes aos humanos. Serenos, as deidades habitariam um plano perfeito, não nutrindo nenhum interesse pelas coisas que acontecem aqui embaixo. Assim, é inútil temê-los ou se preocupar com castigos. Ter medo do destino é igualmente desnecessário: ele não é tecido por forças divinas, mas escrito pelos humanos.

Sobre o segundo princípio, em relação a morte, para os epicuristas, simplesmente não faz sentido se preocupar com ela, uma vez que a existência nunca se dá ao mesmo tempo que a morte Quando um ser humano existe, a morte não existe para ele e, quando ela existe, o ser humano não existe mais. Logo, é melhor que ocupemos nossas mentes com a vida e desfrutemos dela. E o maior bem que podemos usufruir é o prazer.

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