Sêneca: Como devemos viver / A melhor vida para o Estoicismo

O filósofo romano Sêneca (4 aC – 65 dC) foi um estoico. Em numerosos ensaios e cartas, ele argumentou que a melhor vida é vivida de acordo com os princípios do estoicismo, a perspectiva filosófica defendida por pensadores como Zenão de Cítio, Crisipo de Solis, e Epicteto. Mas como os estoicos achavam que devemos viver?

O único verdadeiro bem é a virtude moral

A maioria das pessoas acha que coisas como riqueza, saúde, status e poder são coisas boas para ter, porque eles causam felicidade. Sêneca acha que isso é um erro fundamental. Certamente, estas coisas podem tornar possíveis certos tipos de diversão. Mas é perfeitamente possível ter todas elas e ainda ser infeliz. Por outro lado, é possível não ter nenhum delas e ainda ser completamente satisfeito.

A única coisa que é absolutamente essencial para a felicidade, de acordo com os estoicos, é a virtude moral. Uma boa pessoa geralmente desfruta de paz de espírito, que é como os estoicos pensam em felicidade. pessoas más estarão necessariamente em desacordo com elas mesmas e com o mundo.

E as pessoas que se dedicam a buscar fama e fortuna terão inevitavelmente descontentamento; pois estarão sempre ansiando por mais do que aquilo que têm.

Como devemos viver de acordo com Sêneca

A chave para a felicidade é autocontrole

Sêneca oferece uma série de conselhos sobre como evitar ou lidar com emoções negativas. As emoções negativas são sentimentos como raiva, medo ou inveja, e tristeza, emoções que são desagradáveis de experimentar. Sêneca não é irrealista. Ele sabe que às vezes acontece algo que desencadeia uma emoção negativa, e o sentimento surge espontaneamente dentro de nós.

  • Alguém me insulta, eu sinto raiva.
  • O rival tem um pouco de sorte, e eu sinto inveja.
  • Um ente querido morre, e eu sinto dor.

Podemos não ser capazes de evitar tais sentimentos crescentes dentro de nós. Mas nós podemos controlar como nós respondemos quando isso acontece. Não nos permitimos ser dominados pelo sentimento? Ou nós buscamos  verificar a sensação, umedecendo-a através do uso da razão? Sêneca acredita que esta é sempre possível.

A reflexão sobre o sentimento negativo e as circunstâncias que deram origem a ele irão mostrar sempre, argumenta ele, que o sentimento é de algum modo irracional.

Por que importa se alguém me insultou? Será que eles realmente me fizeram algum mal? Não. Nem um pouco. Suponha que eu saiba que um amigo ganhou uma grande soma de dinheiro e imediatamente sinta inveja. A reflexão me diz que minha própria situação não piorou de forma alguma. Além disso, meu amigo adquiriu algum dinheiro, e dinheiro não é algo que se precisa para ser feliz.

O luto pode ser mais difícil de controlar. Mas mesmo aqui, a reflexão pode ajudar a tirar o ferrão do sentimento negativo. Por exemplo, podemos considerar o fato de que é melhor ter perdido a presença daquela pessoa do que aquela pessoa nunca ter existido.

A boa pessoa é cosmopolita

Ao contrário dos epicuristas, os estoicos não defendiam a retirada da política ou da vida pública. Cada um de nós é um cidadão do mundo. Sêneca faz uma distinção entre a vida política e a vida filosófica. Aquele que persegue a vida política é mais ativamente envolvido em beneficiar os outros. Mas quem vive filosoficamente também pode beneficiar os outros através de suas descobertas, insights e ensino. Na verdade, os dois modos de vida não tem de estar em conflito. – Sêneca ilustrou isso, já que ele era um filósofo que estava ativamente envolvido em na política romana. Assim, também, foi outro grande estoico, Marcus Aurelius, talvez o imperador mais sábio que Roma já teve.

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