Um estudo recentemente publicado por pesquisadores da Universidade de Iowa analisou como tipos específicos de conteúdo nos perfis de relacionamentos online mudaram a percepção das pessoas sobre o dono do perfil. Eles descobriram que tentar impressionar muito foi um grave erro.

Para realizar o experimento, os pesquisadores criaram quatro perfis diferentes que diferiam em duas dimensões básicas. Uma dessas dimensões foi o que eles chamam de “auto-apresentação seletiva”, ou o grau em que as pessoas enfatizaram as melhores partes de si mesmos e minimizam o pior. A segunda dimensão foi “garantias” – basicamente, informações pessoais detalhadas que podem ser verificadas online, ou links para um site profissional de terceiros que poderia verificar a sua biografia.
Os pesquisadores pediram a um grupo de 316 pessoas para rever uma das quatro amostras perfis de encontros online, que tiveram alguma combinação de alta ou baixa auto-apresentação seletiva e alta ou baixa confiabilidade. Em seguida, eles analisaram se os revisores viam essas pessoas como mais ou menos socialmente atraentes (ou seja, se eles queriam passar tempo com elas) e de confiança, e se isso influenciou o seu desejo de encontrá-las.
Auto-aperfeiçoamento seletivo é muito comum online. (Quantas vezes você desmarcou fotos em que você tá feio(a) e te marcaram no Facebook?) E as razões para as pessoas usarem auto-aperfeiçoamento seletivo quando criam seus perfis em sites ou aplicativos como o Tinder é clara: Eles querem destacar as suas melhores qualidades para qualquer pretendente em potencial.
Mas o estudo sugere que, quando se trata de namoro online, esta abordagem pode sair pela culatra. Os pesquisadores descobriram que as pessoas com alta auto-apresentação seletiva eram vistas como se gabando sobre a sua aparência e suas realizações – e foram, por sua vez vistas como socialmente menos atraentes e menos confiáveis. E isso se traduziu em menos contatos e menos encontros.
Para alguns dos perfis, dar o tipo de informação que pode ser verificada ajudou, mas não para todos. “Assegurar” que não é fake não ajuda quando as pessoas eram vistas como se gabando ou tentando ser boas demais (ou seja, ter elevada auto-apresentação seletiva). Nestes casos, acrescentar a informação de apoio fez os donos do perfil parecerem ser os mais arrogantes de qualquer grupo.
Mas a combinação de baixa auto-apresentação seletiva e de alta confiabilidade deu certo. Essas pessoas foram vistas como honestas, mas também acessíveis. A razão mais provável é que as pessoas que buscam encontros marcados através da internet são cautelosas com perfis que prometem muito.
Estudos anteriores mostraram que exagerar em perfis de relacionamentos online – mentir sobre sua altura, peso ou algum outro atributo – é extremamente comum. Um estudo denominado “perfil como promessa” diz que as pessoas que usam sites e aplicativos de relacionamentos online criam uma visão de quem eles poderiam ser, em vez de quem eles são. Em comparação com a vida real, elas realmente mostram mais atração social inicial para os outros, mas também mostram muito menos confiança.
Em um ambiente de relacionamentos online com possibilidades quase ilimitadas, parece que a mercadoria rara não é alguém por quem você está fisicamente ou socialmente atraído, mas alguém em quem você pode realmente confiar.