Com base na sua série de nove estudos publicados no Journal of Personality and Social Psychology, uma equipe de psicólogos americanos concluiu que tirar fotografias aumenta a nossa apreciação dos acontecimentos, provavelmente porque aumenta a nossa sensação de imersão.
Liderados por Kristin Diehl, da Universidade do Sul da Califórnia, a pesquisa contou com vários estudos de campo, incluindo as pessoas em um passeio de ônibus da cidade, os clientes em um mercado de agricultores (algo como mercado municipal aqui no brasil) e visitantes de um museu. Em cada caso, metade dos participantes foram informados de que não poderiam tirar fotos, os outros que podiam. Depois, eles avaliaram a sua fruição das experiências, e a descoberta consistente foi a de que as pessoas que tiraram fotos divertiram-se mais e sentiam-se mais imersas na experiência. O estudo no museu também envolveu os participantes usando equipamento de rastreamento ocular e este mostrou que os tiradores-de-foto passaram mais tempo prestando atenção a exposições significativas.
Outros estudos foram realizados no laboratório e tiveram como objetivo simular a experiência de tirar fotos em um evento ao vivo, ou não. Por exemplo, os participantes assistiram a uma perspectiva de vídeo em primeira pessoa de estar em uma excursão de Londres, e metade deles poderia tirar “fotos”, dando um clique no mouse, enquanto que os outros não tinham essa oportunidade.
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Os benefícios de tirar fotografias para o gozo e imersão foram replicados nessas condições de laboratório, e o processo tornou-se mais distrator, por exemplo, dando aos participantes a chance de apagar as fotos que tinham tirado. Estas simulações também mostraram que pensar sobre como seria, hipoteticamente, tirar fotos, mas na verdade não tirá-las, também impulsionou o gozo – novamente, provavelmente por causa da mentalidade consciente inspirada por pensar desta maneira.
Houve alguns limites para o benefício da fotografia. Quando a experiência foi negativa (neste caso, estar em um safari sangrento), tirar fotos piorou as coisas.
Deve haver um fator de preferência pessoal aqui também, algo que os pesquisadores abordaram. Por exemplo, entre as pessoas na condição de tirar fotos no mercado de agricultores, aqueles com crenças negativas pré-existentes sobre tirar fotos não conseguiram um impulso no prazer de tirar fotos da sua refeição.
Referências:
Estudo via Digest BPS