Por Oinc* e Universo da Psicologia
A ansiedade financeira é o termo utilizado para descrever a sensação de muita incerteza, preocupação ou receio que uma pessoa apresenta em relação aos recursos financeiros.
Ela pode ser causada por diversas razões, como por exemplo, se sentir despreparado para lidar com questões financeiras, não entender questões básicas de números e termos específicos, falta de dinheiro, entre outros.
Apesar de não ser considerada um transtorno, suas consequências podem gerar graves prejuízos à quem está sentindo essa ansiedade, como por exemplo, inquietação, irritabilidade, tensão, pensamentos intrusivos, tensão muscular, problemas com sono, prejuízos nos relacionamentos, etc. Esses sintomas são muito semelhantes à ansiedade generalizada.
Cada indivíduo lida à sua maneira com essa ansiedade, alguns entraram no que chamamos de negação financeira e irão evitar contato com certos estímulos, como por exemplo verificar seu extrato bancário, ir ao bancos, abrir as contas, e como consequência podem acabar perdendo a noção de sua situação financeira.
Já outros, podem adotar práticas compulsivas, como ficar obcecados em economizar, ou acumular ou comprar, pois essas ações trazem uma sensação de segurança momentânea para a pessoa.
Infelizmente, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil tem o maior índice de pessoas com transtornos de ansiedade em todo o mundo e as dificuldades financeiras acabam contribuindo para essa condição.
Em pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva encomendada pela Xpeed (escola de educação financeira e negócios da XP Inc) 46% dos brasileiros afirmam ter frequentemente ansiedade em relação à sua situação financeira. Além disso, para 39% dos brasileiros o assunto ‘dinheiro’ gera culpa e ansiedade.
Para tentar frear a ansiedade e lidar com tais desafios de forma mais saudável listamos algumas dicas que podem te ajudar a controlar a ansiedade financeira:
1- Repense seu relacionamento com o dinheiro
O que o dinheiro significa para você?
Pense sobre seus comportamentos de compra e responda às seguintes perguntas:
- Você enxerga o dinheiro como uma válvula de escape?
- Você sente necessidade obsessiva de guardar dinheiro por medo do futuro?
Evite enxergar seu dinheiro como uma forma de lidar com outros fatores que estão te estressando, chateando, irritando, ele não irá resolver seus problemas emocionais.
Você já teve pensamentos como:
- “Eu mereço esse presente?”, ou
- “Eu preciso desse objeto” – quando realmente não precisa –
Eles podem ser problemáticos.
As compras podem até servir como uma boa válvula de escape, distração momentânea para muitas pessoas mas em excesso pode levar a dívidas – o que não resolvem a questão de verdade e acaba te trazendo mais problemas.
Lembre-se um dos fatores que mais influenciam a ansiedade financeira é o endividamento.
O que o seu consumo te traz de positivo? O que traz de negativo?
Faça uma lista de vantagens e desvantagens desse comportamento e compare.
2- Reserve um tempo para cuidar das finanças
Essa é uma boa estratégia para que você se organize e para evitar ficar pensando de forma excessiva sobre esse assunto em momentos inapropriados.
Diga para si mesmo “agora não é hora de pensar nisso, vou resolver isso apenas às 19 horas”.
Essa estratégia te ajuda a agir de uma forma mais racional também, pois você não responde de forma imediata e precipitada à sua preocupação.
Escolha um horário e um dia da semana específicos para lidar com isso. Anote quais são os tópicos que você precisa olhar (contas, investimentos, etc.). Ao fazer isso você se sentirá mais organizado e aumentará sua capacidade de gerir as finanças pessoais.
3- Qual o significado dessa ansiedade?
O que te provoca essa ansiedade? É falta de renda? Dívidas grandes? incerteza do futuro?
Se você tem dificuldades de identificar as causas dessa ansiedade escreva sobre o que exatamente o preocupa e coloque quando (em que momento) você tende a experimentar esses sentimentos (qual é o gatilho?)
Ter essas informações de forma clara pode te dar uma boa pista do significado dessa ansiedade – ter o conhecimento dessa informação pode ser o primeiro passo para superar esse problema.
4- Estude
Você não precisa se tornar um expert em finanças pessoais ou comprar vários cursos e livros. Insira na sua rotina sites, blogs, canais e páginas que passem informações descomplicadas sobre finanças e tente também pesquisar conceitos básicos que estão no seu dia-a-dia financeiro.
Isso te ajuda porque sabendo sobre o tema você cria mais confiança nas suas ações e tomadas de decisão, o que diminui a insegurança que pode estar te gerando ansiedade.
5- Faça um plano
Ter um plano e colocá-lo em ação pode ajudar a diminuir sua ansiedade e te motivar. Documente suas metas e progressos, criando etapas a serem alcançadas para atingir seu objetivo maior.
Trabalhar demais e gastar mal é um dos fatores que contribuem para o aumento da ansiedade e estresse. Por isso, um bom planejamento pode ser útil e te ajudar a manter o foco em suas metas e diminuir a ansiedade financeira.
6- Procure um profissional da saúde
Caso você esteja encontrando muitas dificuldades para lidar com essa questão talvez seja a hora de procurar um auxílio externo.
Muitas universidades e profissionais oferecem serviços gratuitos ou a preços populares. Cuidar das finanças é importante, mas só conseguimos fazer isso quando cuidamos da nossa saúde também.
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