As Variáveis Intervenientes de Tolman

Como behaviorista, Tolman acreditava que as causas iniciadoras do comportamento e o comportamento final deveriam ser passíveis de observação objetiva e de definição opeacional. Relacionou cinco variáveis independentes como as causas do comportamento:

1. o estímulo ambiental;
2. os impulsos fisiológicos;
3. a hereditariedade;
4. o treinamento prévio;
5. a idade.

O Comportamento é uma função dessas cinco variáveis, uma ideia que Tolman expressou por meio de uma equação matemática.

Entre essas variáveis independentes obseváveis e o comportamento de resposta resultante (a variável dependente observável), Tolman presumia a existência de um conjunto de fatores não observáveis, as variáveis intervenientes, que são as verdadeiras determinantes do comportamento. Esses fatores consistem em processos internos que estabelecem a ligação entre a situação de estímulo e a resposta observada.

A proposição E-R (estímulo-resposta) dos behaviorístas deve ser lida, então, E-O-R.

A variável interveniente refere-se a tudo que ocorre dentro do organismo (O) e que provoca a resposta comportamental a determinada situação de estímulo.

No entanto, como a varável interveniente não pode ser observada objetivamente, ela somente tem validade para a psicologia quando pode ser relacionada diretamente com as variáveis experimentais (independentes) e com a variável do comportamento (dependente).

A fome é um exemplo clássico de variável interveniente. Não se pode observar a fome em um indivíduo ou em animal no laboratório, no entanto ela pode ser precisa e objetivamente relacionada com uma variável experimental como, por exemplo, o intervalo de tempo transcorrido desde a última vez em que o organismo recebeu comida.

A fome também pode ser relacionada a uma resposta objetiva ou a uma variável de comportamento, como a quantidade de comida consumida ou a velocidade com a qual foi ingerida.

Assim, é possível descrever precisamente a variável não-observável da fome em relação à variáveis empiristas e torná-la passível de quantificação e de manipulação experimental.


A especificação das variáveis independentes e dependentes, que são fatos observáveis, possibilitou a Tolman estabelecer definições operacionais de estados internos não-observáveis.

No princípio, ele se referia a sua abordagem, no geral, como behaviorismo operacional, antes de optar pelo termo mais preciso “variável interveniente“.

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