O Desenvolvimento Moral segundo Piaget: Anomia, Heteronomia, e Autonomia

Para Piaget, o Desenvolvimento Moral é dividido em 3 fases (anomia, heteronomia, autônoma).

Essas fases se sucedem sem constituir estágios propriamente ditos. Vamos encontrar adultos em plena fase de anomia e muitos ainda na fase de heteronomia. Poucos conseguem pensar e agir pela sua própria cabeça, seguindo sua consciência interior.

ANOMIAHETERONOMIAAUTONOMIA
A: negação
NOMIA: regra, lei
A lei, a regra vem do exterior, do outroCapacidade de governar a si mesmo

Desenvolvimento Moral – Anomia

Na fase de anomia do desenvolvimento moral, geralmente a moral não se aplica, e as normas de conduta são determinadas pelas necessidades básicas. Porém, quando as regras são obedecidas, são seguidas pelo hábito e não por uma consciência do que se é certo ou errado. Na fase de anomia, natural na criança pequena, ainda no egocentrismo, não existem regras e normas. O bebê, por exemplo, quando está com fome, chora e quer ser alimentado na hora. As necessidades básicas determinam as normas de conduta. No indivíduo adulto, caracteriza-se por aquele que não respeita as leis, pessoas, normas. Na medida em que a criança cresce, ela vai percebendo que o “mundo” tem suas regras. Ela descobre isso também nas brincadeiras com as criança maiores, que são úteis para ajudá-la a entrar na fase de heteronomia.

Desenvolvimento Moral – Heteronomia

Segundo a teoria moral de Piaget, na fase de heteronomia há apenas o respeito à autoridade. Não há consciência, nem reflexão, apenas obediência.

O certo é o cumprimento da regra e qualquer interpretação diferente desta não corresponde a uma atitude correta. Um homem pobre que roubou um remédio da farmácia para salvar a vida de sua esposa está tão errado quanto um outro que assassinou a esposa, seguindo o raciocínio heteronômico.

A responsabilidade pelos atos é avaliada de acordo com as conseqüências objetivas das ações e não pelas intenções. O indivíduo obedece às normas por medo da punição. Na ausência da autoridade ocorre a desordem, a indisciplina.

Desenvolvimento Moral – Autonomia

Na fase do desenvolvimento moral chamada de autonomia, há a legitimação das regras. Aqui o indivíduo adquire a consciência moral, possui princípios éticos e morais.

Na moralidade autônoma, o indivíduo adquire a consciência moral. Os deveres são cumpridos com consciência de sua necessidade e significação. Possui princípios éticos e morais. Na ausência da autoridade continua o mesmo. É responsável, auto-disciplinado e justo. A responsabilidade pelos atos é proporcional à intenção e não apenas pelas consequências do ato.

O respeito a regras é gerado por meio de acordos mútuos. É a última fase do desenvolvimento da moral.

ANOMIAHETERONOMIAAUTONOMIA
Bagunça
Devassidão
Libertinagem
Dissolução
Medo
Autoritarismo
Imposição
Castigo
Prêmio
Respeito unilateral
Autocracia
Tirania
Cooperação
Amor
Respeito mútuo
Afetividade
Livre-arbítrio
Democracia
Reciprocidade
Lei Causa e Efeito

9 respostas a “O Desenvolvimento Moral segundo Piaget: Anomia, Heteronomia, e Autonomia”

  1. Uma consciência em processo se formula segundo o conhecimento de cada indivíduo. Tal conhecimento, por sua vez, deve implicar regras morais mínimas que não possam se subverter com mudanças de costumes em relação às exigências do bem comum. E forçoso é admitir que esse Bem jamais pode ser proveniente de satisfação própria. Portanto o consenso para aplicação de autonomia, nestes termos, exige que a Unidade ou perfeito encontro de consciências se estabeleça. Do contrário a moral é relativa, sujeita a conflitos e frustrações mentais.

  2. Uma consciência em desenvolvimento se formula segundo o conhecimento de cada indivíduo. Tal conhecimento, por sua vez, deve implicar regras morais mínimas que não possam se subverter com mudanças de costumes em relação às exigências do bem comum. E forçoso é admitir que esse Bem jamais possa ser proveniente de satisfação própria. Portanto o consenso para aplicação de autonomia moral, nestes termos, exige que a Unidade ou perfeito encontro de consciências se estabeleça. Do contrário a moral é relativa, sujeita a conflitos e frustrações mentais.

  3. muito grata , não tive nunca tão bem informada como neste exato momento. Mais uma vez muito obrigada

  4. Uma consciência em processo se formula segundo o conhecimento de cada indivíduo. Tal conhecimento, por sua vez, deve implicar regras morais mínimas que não possam se subverter com mudanças de costumes em relação às exigências do bem comum. E forçoso é admitir que esse Bem jamais seja proveniente de satisfação própria. Portanto o consenso para aplicação de autonomia moral, nestes termos, exige que a Unidade ou perfeito encontro de consciências se estabeleça. Do contrário a moral é relativa, sujeita a conflitos e frustrações mentais.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *