Mando é um termo que BF Skinner usou para descrever um operante verbal em que a resposta é reforçada por uma consequência característica e está, por conseguinte, sob o controle funcional de condições relevantes de privação ou de estimulação com aversão. Não se pode determinar, com base na forma por si só, que uma resposta seja um mando; é necessário conhecer os tipos de variáveis que controlam uma resposta, a fim de identificar um operante verbal. É dito às vezes que um mando “especifica o seu reforço”, embora isso nem sempre é o caso. Skinner introduziu o mando como um dos seis operantes verbais primários em seu trabalho de 1957, Comportamento Verbal.
O capítulo três da obra de Skinner, Comportamento Verbal, discute uma relação funcional chamada de mando. Um mando é uma forma de comportamento verbal, que é controlado pela privação, saciedade, ou o que hoje é chamado de operações de motivação (OM), bem como uma história de controle. Um exemplo disso seria pedir água quando se está de privado de água (“sede”). É tentador dizer que um mando descreve o seu reforço, o que às vezes acontece. Mas muitos mandos não têm correspondência com o reforçador. Por exemplo, uma batida forte pode ser um mando para “abrir a porta” e um servo pode ser chamado por palmas, tanto quanto uma criança pode “pedir por leite.”
Mandos diferem de outros operantes verbais, em que ele beneficia principalmente o falante, enquanto que outros operantes verbais funcionam principalmente para o benefício do ouvinte. Isso não quer dizer que a função mando seja exclusivamente em favor do falante, no entanto; Skinner dá o exemplo do conselho, “Vá para o oeste!” como tendo o potencial para originar consequências que serão de reforço para ambos, falante e ouvinte. Quando advertências como “Cuidado!” são atendidas, o ouvinte pode evitar a estimulação aversiva.
O estudo de Lamarre & Holland (1985) sobre mandos seria um exemplo de pesquisa nesta área. [1]
Conteúdo
- 1. Propriedades dinâmicas
- 2. Mandos estendidos
- 2.1 mando Supersticioso
- 2.2 mandos mágicos
- 3. Aplicação clínica
- 4. Referências
1. Propriedades dinâmicas
A forma do mando, estar sob o controle de privação e estimulação, irá variar em nível de energia. Qualidades dinâmicas devem ser entendidas como variações que surgem em função de múltiplas causas. Dinâmica neste caso é oposta, como alguém lendo a partir de um texto pode parecer que não simula as qualidades dinâmicas normais de comportamento verbal. Mandos tendem a ser permanentes quando são adquiridos. [2]
2. Mandos estendidos
Emitir mandos a objetos ou animais que não podem fornecer uma resposta apropriada seria um exemplo do mando estendido. Dizer “pare!” a alguém fora do alcance da voz, talvez em um filme, que está prestes a se machucar, é um exemplo do mando estendido. Mandos estendidos ocorrem devido a prolongado controle de estímulos. No caso de um mando prolongado, o ouvinte é incapaz de entregar consequências que reforçariam o mando, mas têm o suficiente em comum com os ouvintes que tenham previamente reforçado o mando, e o controle de estímulo pode ser inferido.
2.1. Mandos supersticiosos
Mandos dirigidos para objetos inanimados podem ser chamados de mandos supersticiosos. Mandos para um carro não confiável como “vai, liga fdp!”, por exemplo, pode ser devido a uma história de reforço intermitente.
2.2 Mandos mágicos
Um mando mágico é uma forma onde as consequências de mandos especificados nunca ocorreram. A forma “Dê-me um milhão de dólares” nunca antes produziu um milhão de dólares e por isso seria classificada como um mando mágico. Skinner postula que muitos mandos literários são da forma mágica. A oração também pode ser analisada como pertencendo a uma das três categorias acima, dependendo de sua opinião sobre a probabilidade e o mecanismo de sua resposta.
3. Aplicação clínica
A falta de mando adequadadamente parece estar correlacionada com o comportamento destrutivo.[3] Isso parece ser especialmente verdadeiro para aqueles com deficiências de desenvolvimento.
4. Referências
- Lamarre, J.; Holland, J.G. (1985), “The functional independence of mands and tacts”, Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 43(1): 5-19, PMC 1348092, PMID 16812407, doi:10.1901/jeab.1985.43-5
- Wacker, D.P.; Harding, J.W. & Berg, W.K. (2008). Evaluation of Mand-Reinforcer Relations Following Long-Term Functional Communication Training. Journal of Speech-Language Pathology and Applied Behavior Analysis, 3(1), 25. BAO
- Fisher, W.W. (2001) Functional Analysis of Precurrent Contingencies Between Mands and Destructive Behavior. The Behavior Analyst Today, 2(3), 176–85 BAO