Sempre sente que todo mundo está olhando para você? Provavelmente não, ninguém está prestando tanta atenção em você como você mesmo.
Não somos sempre bons em diferenciar quando estamos julgando-nos e quando outras pessoas estão nos julgando. Na verdade, de acordo com um novo estudo da Universidade de Oxford, o foco em nós mesmos pode fazer com que diretamente acreditemos que outras pessoas estão se concentrando em nós.
No experimento, os participantes foram convidados a passar por imagens de rostos e identificar quais eles sentiram que estavam olhando para eles. Antes de fazer isso, no entanto, eles fizeram um exercício de atenção guiada em que foram solicitados a se concentrar em avaliar a si ou avaliar os outros.
Quando as pessoas tinham sido levadas a avaliar-se, elas estimaram o número de rostos que estavam assistindo-as como superior. Aparentemente, prestar mais atenção em si fez com que eles acreditassem que outras pessoas também estavam prestando mais atenção neles.
O efeito aconteceu para as pessoas que pontuaram alto em ansiedade social e para aquelas que pontuaram baixo. Em outras palavras, todo mundo parece estar suscetível à falácia de que avaliar a nós mesmos significa que outras pessoas também estão nos avaliando – embora para as pessoas com ansiedade social, o medo de estarem sendo observadas e julgadas interfere seriamente com a sua vida cotidiana.
Diferenças nos tipos de atenção auto-centrada
Dito isto, nem todos os tipos de atenção auto-centrada são criados iguais. Uma pesquisa publicada em 2009 explorou a diferença entre a atenção auto-centrada que envolve analisar, avaliar ou julgar a nós mesmos, e a atenção auto-centrada que está centrada sobre os detalhes concretos do que nós estamos fazendo, experimentando, etc.
O estudo de 2009 descobriu que, para pessoas com mais medo de serem avaliadas negativamente, direcionar do auto-foco avaliativo para o auto-foco experiencial diminui os auto-julgamentos negativos que fazem. As pessoas realmente não podem decidir simplesmente não prestar atenção a si mesmas, mas elas podem ter algum controle sobre quais os aspectos da sua experiência que elas se concentram.
A maior lição prática que podemos tirar desta linha de pesquisa, porém, é que nossos cérebros às vezes se confundem tentando dizer a diferença entre outras pessoas nos observando e nós nos auto-observando.
Da próxima vez que você sentir como se todo mundo estivesse olhando para você, pode não doer dar um passo para trás e considerar a possibilidade de que “todo mundo” é na verdade só você mesmo.
Artigo: All Psych Imagem: Flickr/janeannv