Manifesto do Partido Comunista – Resumo do Livro

Da série “posts para ajudar estudantes espertos que sempre procuram resumo do texto no Google antes de fazer o seu próprio”, deixo com vocês um resumo do clássico “Manifesto do Partido Comunista”, amado por uns e odiado por outros mas lido por todos (ou não).

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INTRODUÇÃO:
O Manifesto do Partido Comunista é um livro escrito com ideias revolucionarias referentes ao comunismo e a revolta contra a acumulação de capital e da exploração demasiada do trabalho do proletário. Apresenta as ideias para essa revolução com o objetivo de promover a equidade social e a extinção do capitalismo como forma opressora sobre a classe não dominante. Apresenta todo o contexto histórico relacionado com a origem da burguesia, do capital e como tudo isso afeta na sociedade promovendo a desigualdade.

CAPITULO I – BURGUESES E PROLETÁRIOS

O comunismo já é conhecido por toda a Europa e está ganhando uma força popular considerável, sendo agora tempo de apresentar para o mundo inteiro seus objetivos, tendências e ideologias.

A história da sociedade é a historia da luta de classes. Antigamente o homem livre oprimia o escravo; na Roma Antiga, os patrícios faziam o mesmo com os plebeus; no período feudal os servos eram oprimidos pelos senhores feudais; e na época em que o manifesto foi escrito, os opressores eram os burgueses e os oprimidos, os proletários.

A transição do modo de produção feudal para o capitalista deu-se devido ao aumento da demanda de produtos e o aumento da população urbana, já que os camponeses foram expulsos de suas terras – fenômeno conhecido como putting out. Os mestres de corporações de ofícios foram logo substituídos pelos burgueses e rapidamente surgiram as máquinas a vapor. Era o inicio da era da indústria moderna.

Nessa fase ocorre a substituição da classe média industrial pelos chamados de “capitães da indústria”, senhores donos do que Marx e Engels chamam de verdadeiros exércitos de proletários, formando a burguesia moderna..

A existência da burguesia só seria possível através de revoluções nos meios de produção, na sociedade e nas relações de produção.

Conforme o mercado vai crescendo, junto com a demanda comercial, as fronteiras devem ser expandidas e a burguesia estende-se por todo o globo. As antigas indústrias nacionais são trocadas pelas novas, que já não usam mais a matéria prima local. Tais indústrias são criadas para abastecer não só o mercado interno, mas também a necessidade mundial..

A medida que a burguesia “evolui” o proletário faz o mesmo, sendo obrigados a vender sua força e se sujeitarem a todo tipo de mudança no mercado e concorrência, além de não terem direitos garantidos. As diferenças entre idade e sexo não importam também, já que são todos mercadorias.

As máquinas tornam cada vez mais impessoal o trabalho do homem, que antes executava todas as tarefas para a transformação da matéria prima em objeto de consumo e agora nem se vê mais no produto final.

O proletário passa por fases de desenvolvimento, e a luta contra a burguesia nasce lentamente: primeiro proletários assumem isoladamente a causa, depois o número de “guerreiros” vai aumentando e alcança o nível de uma fábrica, depois para uma mesma localidade contra o burguês responsável.

Não basta apenas atacar o burguês, é necessário atacar o meio de produção burguês, destruindo mercadorias e máquinas – movimento  conhecido como Ludismo – e lutam para reconquistar a posição perdida do artesão da Idade Média.

Com o desenvolvimento da indústria, a classe operaria cresce em número e conscientemente, descobrindo sua força, através de concentrações cada vez maiores.

Os sindicatos são fundados, tornando-se associações permanentes contra a burguesia e a favor dos direitos proletários. A luta vai tomando cada vez mais força, que não tem êxito imediato porém aumenta, cada vez mais, o exército de trabalhadores contra a classe dominante.

Os choques entre as classes antigas favorece a luta dos proletários. A guerra da burguesia contra a aristocracia e contra a própria burguesia e a de outros países. Qualquer um que entrasse em choque com o desenvolvimento industrial era problema para a burguesia.

Todos se voltam contra a burguesia, porém apenas os trabalhadores tem coragem de lutar contra ela. Os outros sentem-se ameaçados e não podem ser considerados revolucionários mas sim conservadores e até reacionários.

As sociedades são baseadas no antagonismo entre classes, porém a minoria nunca deve ser privada de suas necessidades básicas, nem mesmo os escravos. O problema é que os operários são cada vez mais rebaixados, ao invés de evoluírem com o desenvolvido da indústria, sendo uma relação inversamente proporcional.

A burguesia só cresce se houver o acumulo de capital, que no caso só pode ocorrer caso haja trabalho assalariado, que precisa exclusivamente dos operários e da necessidade imposta a esses de vender sua força em troca de dinheiro para sobreviver.

CAPITULO II – PROLETÁRIOS E COMUNISTAS

O interesse do movimento comunista é unir todo o proletariado do mundo e promover a luta contra a burguesia. A sociedade burguesa surgiu pela Revolução Francesa quando foi extinto o feudalismo. O comunismo deseja abolir a propriedade burguesa.

O trabalho assalariado cria capital e o mesmo é uma força social, e não individual. No comunismo o trabalho exalta o proletariado, já na burguesia o capital é independente e individual.

Os comunistas propõem o fim da propriedade privada e da família. A abolição da propriedade privada existe quando nem todos tem o direito de usufruir. A abolição da família tradicional, acabar com a exploração infantil, educação pública e social.

Comunismo quer extinguir o conceito da mulher como meio de produção, o proletariado pretende ser a nação, a partir de que o homem deixa de ser exploradas, as nações também deixam.

As ideias dominantes de uma época são sempre ideias de classes dominantes. È necessário a ruptura mais radical com as relações tradicionais e, deve ser postas em pratica, a expropriação da propriedade territorial e emprego da renda e proveito do estado; imposto totalmente progressivo; abolição do direito de herança; confisco da propriedade de todos os emigrantes e sediciosos; centralização do crédito nas mãos do estado, por meio de um banco nacional com capital do estado e com monopólio exclusivo; centralização dos meios de comunicação e transporte nas mãos do estados; multiplicação das fabricas e meios de produção possuídos pelo estado, o cultivo das terras improdutivas e o aprimoramento do solo em geral, segundo um plano; trabalho obrigatório para todos, estabelecimento de exércitos industriais, especialmente para a agricultura; combinação da agricultura com as industrias manufatureiras e abolição gradual da distinção entre cidade e campo, or meio de uma distribuição mais igualitária da população pelo pais; educação gratuita para todas as crianças, em escolas publicas, abolição do trabalho infantil nas fabricas, tal como é feito atualmente, combinação de educação com a produção industrial. Tudo isso se torna necessário na teoria para o livre desenvolvimento de todos.

CAPÍTULO III – LITERATURA SOCIALISTA E COMUNISTA

A) SOCIALISMO FEUDAL

Em busca da simpatia popular, a antiga nobreza medieval foi forçada a demonstrar abandono de seus interesses em prol do bem geral, aparentemente colocando-se do lado do proletariado. Assim surgiu o socialismo feudal, sendo uma mistura de reclamações e críticas aos senhores e à burguesia.

Os aristocratas tentaram levantar a bandeira do pobre para conseguir o apoio do povo, porém não deu certo. O povo, ciente do passado nobre feudal explorador desses aristocratas, rejeitou essa aproximação.

Quando afirmam que o modo de exploração feudal difere do modo burguês, os líderes do feudalismo ignoram o fato de que o primeiro operava e circunstancias diversas e sem sentido atualmente. Ao salientarem a inexistência do proletariado no período feudal, ignoram o fato de que a burguesia moderna descende do regime social feudal.

A aristocracia afirma que os burgueses são responsáveis pela criação do proletariado, entretanto, o problema entre elas é o fato da burguesia ter transformado a já existente classe proletária em uma classe revolucionária. A fim de reprimir a classe operária, os aristocratas participam ativamente do meio político.

B) SOCIALISMO PEQUENO-BURGUÊS:

Os pequenos burgueses e pequenos camponeses foram os percursores da burguesia moderna. Entretanto, nos países subdesenvolvidos, essas classes apenas sobreviviam entre a burguesia em ascensão.

Já nos países mais desenvolvidos, a classe de pequenos burgueses emerge entre o proletariado e a burguesia, se renovando constantemente. Entretanto, devido à concorrência, muitos desses pequenos burgueses se tornando proletários.

O socialismo pequeno-burguês surgiu quando o intelectuais, que defendiam as causas proletárias e eram contra os grandes burgueses, assumiram a causa e passaram a fazer suas críticas baseados nos critérios pequenos-burgueses e camponeses.

O objetivo real desse socialismo é a restauração do modo de produção e troca e o antigo sistema de propriedade, sendo então um socialismo reacionário e utópico. A proposta para a manufatura é um regime corporativo e para a agricultura, patriarcal.

C) SOCIALISMO ALEMÃO – “VERDADEIRO SOCIALISMO”

Ao importarem a literatura socialista francesa para Alemanha, os responsáveis não consideraram as diferenças das condições sociais de ambos os países. Além disso, a tradução foi feita de forma literal e foram enxertados filosofismos dos filósofos tradutores, esvaziando as teorias, transformando tal literatura em apenas informação literária e, consequentemente, levando o chamado “verdadeiro socialismo” à perda de influência.

A luta da burguesia prussiana contra o feudalismo e o absolutismo deu força ao liberalismo, dando chance do verdadeiro socialismo se mostrar como movimento político e se reinventar, apresentando reinvindicações verdadeiramente socialistas.

O verdadeiro socialismo então se desprendeu das origens francesas, criando uma ideologia própria. Se tornou uma arma do governo contra a burguesia, onde o pequeno burguês utilizava de suas teorias para justificar as mesquinharias que cometia.

SOCIALISMO CONSERVADOR / BURGUÊS

A fim de fortalecer a sociedade burguesa e aumentar a produção e consumo, parte da burguesia tentar resolver os problemas sociais da época. Os socialistas burgueses buscam usufruir os privilégios da modernidade sem os perigos e conflitos envolvidos, ou seja, visam uma sociedade sem elementos revolucionários, sem proletariado. A burguesia almeja um mundo perfeito, onde os proletários possam participar do sistema sem que haja ódio e conflito com os burgueses. Esperam que a classe operária não se envolva em movimentos revolucionários.

Essa forma de socialismo não prega a abolição das relações burguesas de produção e transformação das condições de vida – que só seria possível por meio revolucionário -, mas sim que essas reformas ocorram de forma pacífica, sendo apenas de ordem administrativa. É uma simples figura de retórica.

O SOCIALISMO E O COMUNISMO CRÍTICO UTÓPICO

Os iniciadores desse movimento compreenderam bem os antagonismos entre as classes e a ação dos fatores que provocariam a dissolução da sociedade dominante, mas não reconhecem no proletariado nenhuma iniciativa histórica e nem capacidade de organizarem um movimento.

Defendem a classe operaria, já que essa é a mais sofredora. Se acham superiores aos antagonismos e consideram rudimentar a luta de classes, algo que deve ser superado. Anseiam por melhores condições matérias à todas as classes, mesmo as mais altas. Afastam a possibilidade de ação política revolucionária, buscando seus objetivos de forma pacífica.

É possível notar os elementos críticos das obras socialistas e comunistas, que atacam a sociedade nas suas bases. Entretanto, essas mesmas obras forneceram matérias para esclarecer o proletariado. O socialismo / comunismo pretende eliminar o antagonismo entre classes, por isso é definido como utópico. Sua importância aumenta conforme se acentua a luta de classes, já que a desigualdade gera maior desejo de acabar com ela.

Muitos dos discípulos dos fundadores revolucionários do socialismo e comunismo crítico utópico acabam se tornando reacionários pois, ao tentar colocar em prática seus planos utópicos, utilizam de verbas vindas de cofres filantrópicos burgueses. São completamente opostos a ações políticas da classe operária.

CAPITULO IV – POSIÇÃO DOS COMUNISTAS DIANTE DOS DIVERSOS PARTIDOS DE OPOSIÇÃO

Em diversos países europeus durante a segunda metade do século XIX, os Partidos Comunistas uniram-se a diversos outros partidos que possuíam pensamentos e teorias diferentes aos dos comunistas na tentativa de fortalecerem-se. Algumas alianças, como a ocorrida na Alemanha eram, para um leigo, até absurdas.

Na França a alianças dos comunistas eram com os democratas-socialistas tentando desmentir algumas ilusões do período revolucionário. Na Suíça a união eram com os radicais, que entretanto era formado também por democratas-socialistas. Na Polônia apoiavam  o partido responsável pela insurreição da Cracóvia e que possuía caráter camponês.

Na Alemanha o apoio era em favor da burguesia, pelo fato desta classe estar começando sua revolução contra o poder absolutista e o modelo feudal vigente até então. Entretanto o proletário já nasceria muito mais desenvolvido que os proletários franceses e ingleses e a revolução burguesa seria apenas um prelúdio pra revolução do proletário.

Apesar das diferentes alianças em cada país, todos os partidos comunistas buscam a todo momento o melhor para o proletário e a união internacional dos países comunistas para tornar a luta dos trabalhadores mais fortes. Os comunistas entendem a necessidade da violência para poder chegar de fato ao poder e desta forma acabar com a classe dominante que é a burguesia e o sistema de classes.

CONCLUSÃO:

O livro se tornou um objeto de estudo por apresentar a teoria que acaba com a exploração dos oprimidos. Ideias do livro são eficazes contra o acumulo de capital, as mazelas que o mesmo provoca, o compartilhamento de tudo em relação a concentração do poder e do capital com o estado para ser repartido igualmente e não ocorrer a desigualdade. O livro busca o equilíbrio de uma economia para não existir miséria, mão de obra explorada demasiadamente e promover uma equidade social.


Referências:

(Marx, Karl; Engels, Friedrich. Manifesto Comunista cap IV: Posição dos comunistas em relação aos vários partidos de oposição. Instituto José Luis e Rosa Sundermann São Paulo. 2003)

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