Tipos de Motivação na Psicologia

Conceitos de motivação na Psicologia

  • Motivação é um termo amplo para todos processos que podem iniciar, dirigir e sustentar um comportamento
  • Forças que agem sobre o organismo iniciando e dirigindo um comportamento
  • Dinâmicas de comportamento que podem iniciar, dirigir e sustentar um comportamento
  • Por que iniciamos, persistimos, focamos e paramos nosso comportamento?
Motivação para um coelho
Motivação para um coelho

O que é Motivo? Conceito de motivo na Psicologia

Motivo é uma necessidade ou desejo que provoca o início e dá direção a um comportamento visando um objetivo.

O que é Incentivo? Conceito de incentivo na Psicologia

Incentivo é um estímulo, objeto, condição ou significação externa que atrai a direção do comportamento.

  • Incentivo positivo: Atrai o indivíduo e o estimula na busca (alimento, dinheiro, sucesso)
  • Incentivo negativo: Repele o indivíduo e provoca nele afastamento e/ou evitamento (dor, sofrimento, isolamento social)

O que é motivação?

A motivação diz respeito à todo o processo.

3 fases da motivação

  • Ativação (início)
  • Persistência (direção de esforço)
  • Intensidade (foco de sustentação)

A motivação é uma variável interveniente inferida no comportamento que apresenta características como ligação à um estímulo e à resposta, sujeita à vários valores e à influência de uma infinidade de diferentes manipulações. Um comportamento motivado tem como característica o emprego de energia considerável na direção de um objetivo/meta.

4 teorias/perspectivas para o conceito de motivação

  • Perspectiva Cognitiva
  • Perspectiva Humanista
  • Perspectiva Evolucionista
  • Perspectiva Behaviorista

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Perspectiva Cognitiva

Cognóscere vem do latim: conhecimento. A Perspectiva Cognitiva afirma o homem como um ser racional, não sujeito à forças que não controla e que usa a própria razão na modificação do mundo. Também fala sobre o papel da vontade no comportamento. Foca no pensamento, coloca o ser humano como ativo e curioso, com planos, objetivos e expectativas.

Teoria de dissonância cognitiva – Leon Festinger (1919-1989)

Teoria da expectativa de valor

A teoria da expectativa de valor coloca a motivação como função conjunta de valor e afirma que pessoas tem expectativa na realização em relação ao que acreditam possível, ou seja, somos dirigidos para alcançar objetivos que acreditamos que são alcançáveis por nós.

Isso lembra Descartes que, nas suas 3 regras da moral provisória do livro O Discurso do Método, recomenda que “da mesma forma que nós não desejamos possuir um país como a China, ter o corpo feito de diamante ou ter asas de pássaro, não devemos desejar estar saudáveis quando estivermos doente ou estar livres se estivermos presos.” (itálico relativo ao texto do link)

Teoria da auto-determinação

Deci (1975), Deci & Ryan (195)

  • Motivação intrínseca: Motivação interna causada pela natureza inerente de uma atividade. Algo agradável ou satisfatório estimula o desejo, que provoca o comportamento.
  • Motivação extrínseca: Motivação externa à atividade e não-inerente. Desejo ou impulso que dirige o comportamento visando obter reforço externo ou evitar consequências indesejáveis.

Motivações de acordo com a pirâmide de necessidades de Maslow

piramide-motivos-maslow

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Perspectiva Evolucionista da motivação

O que é instinto na psicologia?

Instinto é um padrão fixo de comportamento inato e inflexível dirigido para um objetivo, característico da espécie. Segundo William McDougall (1871-1938) instinto é um “padrão de respostas, tendências propositais herdadas, em busca de objetivos determinados”.

Lista de instintos: “instinto de fuga de algo, de repulsa, de curiosidade, tenacidade, de degradação própria, de amor-próprio, paternidade, reprodução, fome, gregário, aquisição e construtividade”.

Teoria psicodinâmica

Para Sigmund Freud (1856-1939) os instintos são motivações para os humanos, sendo colocados como tensões internas que atuam visando a satisfação. Sexo e agressão seriam dois instintos básicos que controlam outros e o meio.

  • Eros – Instinto sexual, de vida
  • Thanatos – instinto agressivo, de morte

Sigmund Freud – Biografia – Resumo

Ainda na abordagem psicodinâmica, motivos podem ser necessidade de relacionamento e necessidade de auto-estima. Recentemente há uma relação da motivação com

  • Desejos – associado à emoção
  • Medo – Associado ao sentimento de desprazer

Críticas à perspectiva evolucionista da motivação

Ayres – “O instinto da crença em instintos” (1921)

Luther Bernarr: Em “Instinct” (1924) lista 6.000 instintos e 400 autores. Mostra instintos no mínimo curiosos:

  • Evitar comer maças do próprio pomar
  • Introduzir o dedo em fendas da parede para desalojar pequenos animais escondidos lá

Freud provavelmente teria uma explicação para esse último.

Etologia

Etologia é o estudo do comportamento natural do animal no ambiente.

Imprinting ou estampagem em aves – Konrad Lorenz (1903-1989)

Konrad afirmava a existência de um período crítico nas primeiras 36 horas após a saída de um patinho do ovo em que ele se prende a qualquer um de diversos tipos de estímulo-sinal que se movem em sua frente (uma galinha, uma caixa, uma pessoa como ele mesmo). Com o estabelecimento da ligação, ocorre a impressão do objeto a ser seguido pelo pato, o que agora é irreversível. Um exemplo de estímulo-sinal auditivo pode ser observado quando uma perua não cuida dos seus filhotes por ser surda.

Esses comportamentos são padrões fixo de ação determinados geneticamente.

Definição de conceitos em Imprinting ou estampagem

  • Padrões fixos de ação: sequência de comportamentos programados geneticamente, específicos da espécie, em um ou ambos os sexos.
  • Período crítico: período de tempo limitado para o aparecimento do padrão fixo de ação (36 horas para os patos). Depois disso não acontece mais o comportamento.
  • Estímulo-chave ou estímulo-sinal: mecanismo de liberação inato que estimula o desencadeamento do padrão fixo de ação.

-> Nikolaas Tinbergen descobriu que o estímulo-sinal que deflagrava o comportamento agressivo do peixe esgana-gata é a cor vermelha da barriga.

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Perspectiva Behaviorista

Teorias hedonistas

Hedone vem do grego e significa prazer. Segundo teorias hedonistas o homem busca prazer e evita dor e sofrimento. Os motivos, que são aprendidos, são causados pelos geradores de prazer (atração) e pelos geradores de desprazer (afastamento).

John B Watson (1878-1958)

Tido por muitos como o pai do Behaviorismo, John Watson considerava os métodos experimentais superiores aos introspectivos. Sob influência de Pavlov, via o comportamento como respostas à estímulos, sendo observável e previsível. Com o curioso experimento do bebê Albert, onde Watson induziu o medo de rato branco, tomou a ideia de que os motivos são aprendidos. Os únicos traços herdados do comportamento são os reflexos. O resto é influência do meio e adquirido por meio de aprendizagem.

“Dê-me uma dúzia de crianças saudáveis, bem formadas, e meu próprio mundo especificado para criá-los e eu vou garantir a tomar qualquer uma ao acaso e treiná-lo para se transformar em qualquer tipo de especialista que eu selecione – advogado, médico, , artista, comerciante-chefe, e, sim, mesmo mendigo e ladrão, independentemente dos seus talentos, inclinações, tendências, habilidades, vocações e raça de seus antepassados.”

Teorias do impulso (drive) ou despertar do comportamento

Para Robert S. Woodworth (1869-1962) o motivo ou impulso é “energia que impede o organismo à ação; tendências para alcançar ou evitar objetivos determinados“. Dá importância às necessidades fisiológicas.

A redução do impulso é definida por operações como saciar a fome, satisfação sexual e cessação da dor.

O despertar do comportamento é relativo ao sistema nervoso autônomo, músculos e glândulas.

  • Organismo: motivado pela necessidade de estabelecer/manter algum objetivo
  • Impulso (drive): condição interna que dirige o organismo para a satisfação de necessidades
  • Necessidade: estado de desequilíbrio fisiológico que muitas vezes causa o despertar de um motivo
  • Homeostase: estado relativamente constante de equilíbrio orgânico interno que permite sobrevivência e funcionamento celular. Regular funções como comer, beber e dormir.

Para Clark Hull (1884-1952) todo comportamento é motivado por impulsos de homeostase, direta ou indiretamente. As recompensas se baseiam na redução desses impulsos.

B.F. Skinner (1904-1990)

Skinner é famoso pelo seu condicionamento operante. Para ele o indivíduo que experimenta o sucesso após um comportamento tende a repetir esse comportamento visando novamente obter sucesso. (comportamento recompensado tende a ser repetido). Em oposição, um comportamento que leva ao insucesso ou fracasso tende a ser abandonado (comportamento punido tende a ser extinto). Chega a parecer óbvio pelo conhecimento comum dos papéis de reforço e punição na aprendizagem.

Behavioristas vêem a motivação como combinação de motivos e reforços:

  • Motivos: Fome, sede, desejo sexual
  • Reforços: Comida, bebida, sexo

Os motivos podem ser primários e secundários.

  • Primários: inatos e baseados em necessidades biológicas, necessários a sobrevivência
  • Secundários: motivos aprendidos, ou necessidades aprendidas

https://www.youtube.com/watch?v=7S-b4JLEbbk

Controvérsias sobre a definição de motivação no Behaviorismo

  • Impulsos primários são necessidades fisiológicas internas?
  • Todos os incentivos e recompensas são baseados em redução de tensão?
  • Todos os impulsos sociais se baseiam em necessidades fisiológicas primárias como fome, sede e sexo?

Hedonismo experimental

Certos estímulos ambientais suscitam estado de prazer ou dor, provocando a motivação para aproximação ou afastamento. O nível de agradabilidade ou de dor depende de cada indivíduo e de sua adaptação anterior.

 

2 respostas a “Tipos de Motivação na Psicologia”

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