Como um estudante de psicologia, eu descobri que eu tento justificar hábitos / ações em minha vida através de teorias diferentes. Uma das minhas verdadeiras paixões na vida é fazer maratona na Netflix. Se eu estou correndo por todas as 10 temporadas de “Friends” ou reassistindo “American Horror Story” (pela terceira vez), eu me sinto muito melhor depois de uma maratona das minhas séries favoritas.
Uma das coisas que eu encontrei sobre a Netflix é que ela leva você a uma viagem. Netflix propositadamente tem um bom fluxo em que não existem intervalos comerciais e o próximo episódio começa como os créditos para um episódio anterior. Você diz a si mesmo que só vai assistir a um episódio, mas você termina uma temporada antes de você perceber o tempo que passou (acontece comigo o tempo todo!)
Ficamos emocionalmente ligados a personagens, e isso é devido a um fenômeno chamado “empatia cognitiva.” Empatia cognitiva refere-se à conexão interna que temos com personagens fictícios e suas linhas de história. Não importa o quanto o enredo e mecânica de um show desviam da realidade, podemos encontrar uma maneira de travar em um personagem, uma situação, ou uma ideia.
Um estudo realizado por Paul Zak, um neuroeconomista, descobriu que cortisol (hormônio do estresse) e ocitocina (geralmente referido como o “hormônio do aconchego”) eram muito prevalentes nos cérebros dos sujeitos depois de assistir a um vídeo. O estudo não especificou qual o vídeo, mas isso nos dá algumas dicas sobre o que se passa nas cabeças das pessoas durante maratonas na Netflix.
Embora maratonas na Netflix possam parecer impulsivas, elas realmente se resumem a nossas mecânicas cerebrais. Psicologicamente falando, esta substituição moderna do ficar assistindo desenho a manhã toda é totalmente normal. Portanto, não se sinta mal sobre terminar todos os sete episódios da primeira temporada de “Breaking Bad” de uma vez só. (De acordo com a Netflix, três em cada quatro telespectadores fazem isso também!)
O artigo “Why We’re Wired to Binge-Watch TV” by Jordan Gaines Lewis no PsychologyToday.com forneceu informações sobre o estudo Paul Zak e a estatística sobre “Breaking Bad”.
Por Alex Harris
Tenho dificuldade em entender essa obsessão moderna por séries. Quando se tem um tempinho livre, procura-se por algum filme na Netflix, e a porcaria só empurra séries e mais séries, filme que é bom – coisa que um cidadão atarefado tem tempo de assistir inteiro sem fazer nenhuma excentricidade digna de explicação psicológica, como muito bem feito nesse excelente artigo – virou “agulha no palheiro” em meio a toda aquela enxurrada de séries. Nesse sentido, prefiro o modo como o Duosat on Demand separa seus conteúdos: se quer assistir série, você navega por um caminho; se quer filme, vai por outro. Sem empurrar um conteúdo para quem busca outro. Bem que a Netflix – que é muito bem paga! – podia fazer igual…
E agora José?