John Bargh e colaboradores fizeram um interessante trabalho sobre como preconceitos implícitos podem nos influenciar. A seguir, seu resumo e a primeira parte de sua introdução ao artigo:
“Através de dois estudos, encontramos evidências para a nossa previsão de que sentimentos experimentalmente crescentes de segurança física aumentam atitudes socialmente progressistas dos conservadores.
Especificamente, os participantes conservadores e republicanos que imaginaram ser dotados de um superpoder que os fez invulneráveis a danos físicos (vs. a habilidade de voar) eram mais socialmente (mas não economicamente) liberais (Estudo 1) e menos resistentes à mudança social (Estudo 2). Os resultados sugerem que socialmente (mas não economicamente) atitudes conservadoras são conduzidas, pelo menos em parte, pelas necessidades de proteção e de segurança.
Leia mais:
- Liberais e conservadores têm estilos cognitivos bem diferentes, diz estudo
- Estudo revela que o tédio pode levar ao extremismo político
No primeiro discurso inaugural de Franklin D. Roosevelt (1938), dado em meio à inquietação generalizada da Grande Depressão, o famoso presidente advertiu os americanos de que seu medo poderia servir como um impedimento psicológico para a mudança social muito necessária. Décadas mais tarde, a pesquisa confirma a suposição de Roosevelt: através de várias disciplinas e metodologias, a pesquisa demonstra de forma consistente uma associação entre ameaça, amplamente definida, e conservadorismo político.
Esse trabalho mostrou que:
(i) os conservadores políticos são, em média, mais propensos a perceber a ameaça do que suas contrapartes liberais;
(ii) a existência de ameaça, em inúmeras formas, está associada ao aumento do endosso de atitudes conservadoras que resistem a esforços para a mudança social.
Aqui, testamos a hipótese de que o oposto de ameaça, isto é, sentimentos elevados de segurança, vão aumentar crenças socialmente progressistas, especialmente entre os conservadores. Especificamente, testamos a previsão de que experimentalmente induzir sentimentos de segurança vai aumentar liberalismo social entre os republicanos (Estudo 1) e aceitação da mudança social entre os conservadores (Estudo 2).”