Transtorno de Personalidade Borderline foi assim chamado em meados do século 20 para descrever um distúrbio psiquiátrico pensado para ser beirando a psicose e neurose. Ele também tem sido chamado de “esquizofrenia borderline” e síndrome borderline.
Foi dado um lugar no primeira Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (estamos agora no DSM # 5) no âmbito do diagnóstico de “personalidade emocionalmente instável.” O termo borderline (“limítrofe”) permanece, apesar de pesquisas mostrarem que não é a fronteira de um distúrbio. No entanto, comumente associam ou confundem transtorno de personalidade borderline com transtorno bipolar.
Transtorno de Personalidade Borderline é caracterizado por:
- relacionamentos instáveis
- problemas de regular o humor e pensamentos
- lutas com um senso de self
- possível paranoia ou psicose
Algumas destas características também aparecem em transtorno bipolar, por isso, é possível confundir um para o outro.
Com transtorno bipolar você tem:
- oscilações de humor, embora, geralmente, de uma maneira cíclica, e não de modo irregular, muitas vezes visto em TPB.
- Outra característica comum é o comportamento de risco. Isto é visto em fases de mania ou hipomania da síndrome borderline, ao passo que pode ocorrer em qualquer ponto do TPB.
É especialmente difícil de distinguir entre os dois quando há co-ocorrência. Não é incomum um paciente ter vários distúrbios psicológicos simultaneamente. Essa combinação pode vir de várias partes, incluindo transtornos de ansiedade, transtornos de abuso de substâncias, transtornos de humor e transtornos afetivos. Cerca de 20% têm uma combinação de Treanstorno de personalidade borderline e Transtorno Bipolar.
É motivo de debate se os dois simplesmente co-ocorrem dentro do mesmo corpo e mente ou se eles se fundem basicamente um “super-transtorno”. O resultado de ter ambos os transtornos é pior do que ter um só. A probabilidade de tentativa de suicídio é maior.
É por causa dessa complexa relação entre as duas doenças que os investigadores Joanna McDermid e Robert McDermid sugerem em janeiro de 2016 na edição da revista Current Opinion in Psychiatry que os dois transtornos devem ser considerados sob o termo “fragilidade emocional”.
McDermid & McDermid propõe que, da mesma forma, a instância de comorbidade de transtorno bipolar e transtorno de personalidade borderline exige mais do que um tratamento individual para cada um.
O transtorno bipolar é tratado principalmente com medicação. Estabilizadores de humor são usados para ajudar a afastar a depressão e antipsicóticos atípicos são usados para tratar mania. Há outros medicamentos disponíveis e, na maior parte dos casos, uma combinação de medicamentos é necessária para alcançar o resultado desejado.
Atualmente não há medicamentos aprovados pelo FDA (órgão regulador de medicamentos e alimentos nos EUA) para o tratamento de transtorno de personalidade borderline. O tratamento primário é a terapia. Existem diferentes tipos de terapia utilizados com foco em resultados diferentes: terapia cognitivo-comportamental, terapia comportamental dialética e terapia focada no esquema.
Uma vez que os resultados para os pacientes tanto com transtorno bipolar como com transtorno de personalidade borderline tendem a ser piores do que com cada um sozinho, pode ser de fato uma necessidade tratar os distúrbios mais que apenas individualmente.”Fragilidade emocional” daria um nome para o elemento que falta, que poderia ser usado para melhorar a vida das pessoas que vivem com ambos os transtornos em comorbidade. Certamente vale a pena tentar.
Por LaRaeRLaBouff
Crédito da foto: David Blackwell
Bom dia!
Fui diagnosticada há 4 anos com depressão, TAG e síndrome do pânico. Embora os remédios surtissem efeito por um curto espaço de tempo, o psiquiatra da época insistia nesse diagnóstico. Após um episódio de mutilação, o qual minha mãe viu pela primeira vez, e tentativa de suicídio, fui ouvir uma segunda opinião médica. Este me diagnosticou há 2 meses com transtorno bipolar e borderline. Agradeço por essa matéria porque me fez entender melhor como de fato minha cabeça funciona. Não estou 100% estável, mas faço terapia, tomos os remédios e escrevo no meu diário de humor a fim de controlar minhas fases maníacas e as depressivas.
“O resultado de ter ambos os transtornos é pior do que ter um só”
Cuida ao colocar juizo de valor pois assim como é algo subjetivo “ser pior ou melhor” portanto não cientifico pode influenciar por sugestionar o leitor.
No mais, bom texto, bem explicativo… :B
“O resultado de ter ambos os transtornos é pior do que ter um só. A probabilidade de tentativa de suicídio é maior.”
A explicação está na frase seguinte. Não há juízo de valor, apenas estatística.
Muito obrigado pelo comentário 🙂
Ola, gostei muito da matéria e me tirou algumas dúvidas. Meu antigo psiquiatra me diagnosticou com Transtorno Bipolar, mas minha nova médica acha que eu tenho Transtorno de personalidade Borderline, seja qual for minha real condição é bem difícil de lidar, mas estou em tratamento e espero melhorar logo.